quinta-feira, 11 de junho de 2009

Viana do Castelo declara-se ANTItouradas!

Viana é primeira cidade nacional antitourada
Fevereiro 2009

Câmara aprova moção após decidir tornar a praça num centro de ciência.
Viana do Castelo tornou-se ontem na primeira "Cidade antitouradas" através de uma declaração aprovada no executivo camarário apenas com os votos favoráveis da maioria socialista. "Entendemos que o perfil de cidade saudável que Viana do Castelo vem desenvolvendo há mais de uma década é incompatível com este atentado aos direitos dos animais, em que na realização de espectáculos tauromáquicos se provoca tortura e sofrimento injustificado", disse Defensor Moura (PS), presidente da câmara.
O autarca acrescenta que se trata de uma decisão que vem na sequência da compra, pelo município, da Praça de Touros da cidade que será agora reconvertida para receber um espaço científico.
"Por isso, a Câmara Municipal declara Viana do Castelo Cidade anti-touradas e decide não autorizar a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público ou privado do município, sempre que ele dependa de qualquer autorização a conceder pela autarquia", lê-se na proposta, aprovada na reunião quinzenal do executivo, mas apenas com os votos da maioria PS.
Os vereadores do PSD votaram contra a proposta, alegando tratar-se de uma questão "individual". "Não deve ser a câmara a dizer que não há touradas, é uma decisão individual. Fazer uma proibição deste tipo não me parece correcto", explicou o social-democrata Carvalho Martins.
A proposta acabou por passar, apesar dos três votos contra do PSD e da "lamentação" manifestada pela maioria PS pela tomada de posição da oposição.
"Tanto quanto sei é a primeira declaração do género que se toma em Portugal. Mas em Espanha há 53 cidades e vilas anti-touradas e em França três", afirmou Defensor Moura. Entretanto, a câmara já é proprietária da Praça de Touros da cidade, através de um pagamento simbólico de pouco mais de 5000 euros. O objectivo é instalar no local um Centro de Ciência Viva.



Aficionados levam decisão 'antitouradas' à Assembleia da República
Maio 2009

Os adeptos da "festa brava" de Viana do Castelo pretendem ver a recente decisão da autarquia de tornar o município "antitouradas" discutida em Assembleia da República, por duvidarem da sua legalidade, e por isso prepararam uma recolha de assinaturas, apurou o DN.
A iniciativa cabe à Tertúlia Taurina e Equestre de Viana do Castelo, um "grupo de amigos aficionados" que rejeita o fim das touradas no concelho e que avançou para a criação de uma associação. "As touradas em Portugal são tão legais como ver um jogo de futebol. Só lá vai quem quer", recorda Carlos Durães, porta-voz do movimento.
Dentro de dias, depois de ultrapassada a parte legal, o movimento deverá avançar com a recolha de assinaturas suficientes para levar a discussão ao Parlamento. "O mesmo que foi feito em Barrancos, só que nesse caso o Parlamento foi chamado a pronunciar-se sobre os touros de morte. Aqui, em Viana, não temos nada disso, só queremos continuar com a tradição das touradas", acrescentou Durães.
Segundo decisão de Fevereiro, o executivo de Viana do Castelo aprovou por maioria (PS) uma proposta em que se compromete a não autorizar qualquer tourada no concelho por não se enquadrar no perfil de "cidade saudável" defendido. Com esta medida, aplaudida pelos defensores dos direitos dos animais, Viana do Castelo tornou-se na primeira cidade antitouradas do País.
"Às tantas, o que a Câmara quis foi ser a primeira e chamar atenção com esta medida. Mais nada", critica Carlos Durães, lembrando que "ao contrário" do que muitos pensam, a proibição é mais ampla. "Não é só proibido fazer touradas na cidade, mas em qualquer freguesia do concelho."

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